Food Design reconcilia a fome com a vontade de comer
Por Malu Porto
Há certos trabalhos em que quanto mais invisível for a presença do profissional envolvido mais competência percebemos em sua realização. Em shows de música, peças de teatro ou programas de TV, por exemplo, sempre que a produção aparece é porque algo precisa de ajuste ou não aconteceu como deveria; faxina de casa ou de escritório também, se notamos poeira ou móveis e objetos fora de lugar, com certeza o serviço deixou a desejar.
E enquanto você está degustando uma refeição, devorando barrinhas de cereal voltando da academia, beliscando num coquetel ou mesmo bebendo um cafezinho no intervalo do expediente, já parou para reparar no modo como está realizando essas ações? Suspeito que não.
Pois saiba que um dos grandes responsáveis por tornar o ato de se alimentar tão natural e anatomicamente confortável é o especialista em food design. É ele quem pensa em propostas e soluções para que o consumo de um alimento ou produto se adapte de forma impecável aos hábitos e comportamento das pessoas.
A palavra de ordem desta “ciência da comida” é praticidade. Estudos constantes das transformações sociais, culturais e econômicas se fazem necessários para reconciliar o consumidor ao ato de comer ou de preparar uma refeição – ao mesmo tempo tão elementar e exigente. A garantia de uma experiência 100% satisfatória e conveniente demanda um precioso know-how sobre o “gosto dos outros”.
No recente workshop realizado pelo IED de São Paulo (Istituto Europeo di Design), o especialista Paolo Barichella desvendou essa arte que vai muito além de uma bonita embalagem ou formas criativas.
Logo na primeira aula, Paolo fez questão de esclarecer que por mais que uma bela apresentação do produto seduza uma pessoa a consumí-lo, se a experiência não for eficaz em termos de serviço - como no caso de um espremedor de laranja - ou mesmo no sabor e na consistência em relação a um alimento, ele simplesmente deixará de comprá-lo.
“É fundamental que exista também um valor criativo e artístico no produto que se adquire, mas não pode ser o único valor levado em consideração. Caso contrário, torna-se algo efêmero, um puro exercício de estilo.” – completa o especialista.
Por Malu Porto - 26 de setembro de 2009
site: Colherada Cultural - Acessado em 07/03/2010
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