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segunda-feira, 1 de março de 2010

Clipping 13 - Badejo

Questão de um “A”

Estou há um tempão para escrever sobre este assunto. A confusão, em nosso mercado, entre badejo e abadejo. Tem gente que pensa que é a mesma coisa. Tem gente que vende como se fosse a mesma coisa – especialmente em restaurantes. Não são.

Badejo é aquele peixão nobre, de filés pedaçudos, carne densa, aparentado de espécies com alto teor de gelatina como a garoupa e o cherne. Vem do nosso litoral, de norte a sul. Mas, últimamente, os que têm chegado até nós foram pescados em geral na faixa entre Rio e Bahia. Estão rareando, infelizmente. Mão são cosa buonissima, como dizem os italinos.

Já os abadejos disponíveis por aqui são outra coisa. Peixes mais simples, com aqueles filés mais chatinhos, sem o sabor e a delicadeza do badejo. Lembram a merluza, para comparar. Muitos vêm do Atlântico Sul, lá da costa argentina, por exemplo. Chegam congelados e embalados.

Outro dia, num restaurante de nível médio, digamos, o prato do menu executivo era moqueca de badejo. “Mas é badejo ou abadejo?”, perguntei. “Badejo”, disse a moça. Não era. Na hora que vi os pedaços pouco espessos, e aquela parte perto da cauda já meio fibrosa, não tive dúvida. Avisei, reclamei, mas sem muito eco.

Verifique, portanto, de que bicho se trata. O “A”, neste caso, não é mero detalhe.

Fonte: Luiz Américo Camargo em 19 de novembro de 2009

http://blogs.estadao.com.br/luiz-americo-camargo/questao-de-um-a/ acessado em 27/02/2010

Colaboração: Duvit Regis Kirschbaum


Badejo

Nome: Badejo

Nome científico: Mycteroperca bonaci (badejo quadrado); Mycteroperca acutirostris (badejo mira).

Água doce ou salgada: Salgada

Família: Serranidae

Características: Pertencente à família Serranidae, o badejo é encontrado do Amapá ao Rio Grande do Sul podendo ser pescado em todas as épocas do ano, sendo que nos períodos quentes a sua incidência é maior. Chega a 1,30 m de comprimento e até 90 kg, no caso do badejo quadrado. No entanto, o mais encontrado é o badejo mira, que chega a atingir 4 kg de peso e 60 cm de comprimento. A coloração do badejo quadrado é marrom-escuro, geralmente com manchas retangulares no dorso e laterais (daí seu nome). Já o badejo mira possui cor marrom-escuro, um pouco mais clara no ventre, com manchas claras irregulares e escamas pequenas.

Hábitos: Por ser carnívoro, a isca para pescá-lo deve ser, preferencialmente, viva (camarão, pequenos peixes, caranguejo, siri, corrupto, marisco etc.). Já para iscas artificiais podem ser usados jigs, shads, grubs, além de plugs e sinker , em geral, de barbela longa, de meia água ou profundidade. É importante não dar linha ao badejo, pois quando fisgado costuma se entocar rapidamente tornando mais difícil sua captura. É um peixe voraz e predador de boca muito grande com força e velocidade impressionantes. Basicamente, é pescado de fundo. Quando em locais mais rasos, sobe para se alimentar de pequenos peixes e camarões. Iscas tipo jig , que atingem maiores profundidades, também oferecem alternativa viáveis.

Curiosidades: O badejo mira é mais fácil de ser capturado enquanto o badejo quadrado oferece uma dificuldade para ser tirado da água por se esconder assim que fisgado. É localizado em locais fundos de costões rochosos, recifes, corais, cascos de navios ou barcos afundados, por baixo de pontes, píeres ou outras construções marítimas e até em entradas de rios de água salobra. Por ser um peixe que se entoca, o badejo exige que a pescaria seja embarcada ou de costão com linha resistente. O atrito com as pedras é constante, seja com iscas naturais quanto artificiais. Desentocar um badejo é uma questão de paciência, sorte e resistência da linha. As linhas de multifilamento, nesses casos, são um avanço por serem mais resistentes que o nylon e não possuírem qualquer elasticidade, o que facilita a tarefa do pescador em desalojar seu oponente das pedras.

Onde encontrar: Do Amapá ao Rio Grande do Sul podendo ser pescado em todas as épocas do ano, sendo que nos períodos quentes sua incidência é maior. Na maioria das praias brasileiras só se achará algum badejo em casos de se arremessar próximo às pedras ou barcos afundados. Também é comum nas áreas de mangue, especialmente o espécime juvenil, solitário ou em grupos.

Dicas para pescá-lo: Nas pescarias de fundo, o equipamento mais indicado é aquele composto por linhas de multifilamento. Por serem menos elásticas, há um ganho de sensibilidade e eficiência nas fisgadas.

Fonte:

http://pesca-cia.uol.com.br/peixes-do-brasil/agua-salgada.aspx?c=278 acessado em 27/02/2010

Por: Armando Urenha Jr. Foto/Ilustração: Geraldo Moura Publicado em: 12/2009

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