A História do Biscoito
O aperfeiçoamento dos biscoitos vem desde a idade da pedra até os tempos modernos.
Segundo as lendas, os antigos comiam grãos crus, moendo-os lentamente e triturando com os dentes, com isso surgiu a idéia de se amassar os grãos entre duas pedras, misturando água àquela massa e secá-la ao fogo, tornando-a numa pasta seca e dura.
Este processo foi sem dúvida, um grande progresso no sistema alimentar do homem, embora não houvesse uma forma definida devido o sistema de trituração, mas ao ser composto por outros componentes, começou a tomar sua forma, ao que seria semelhante a um pão duro, foi na verdade o precursor do que hoje chamamos de biscoito, bolacha, etc.
Os egípcios mostravam para a prosperidade, desenhos e formulações de vários tipos de bolachas secas, estando tão desenvolvidas que as castas nobres já dispunham de um tipo de biscoito ou bolachas secas (algo parecido com: “fabricado especialmente para...") Os primeiros biscoitos foram servidos adocicados (com mel, uma vez que o açúcar ainda não era conhecido) e eram objetos de gentileza para com amigos ou nobres, presentes, enfim. Na época, um especialista em fabricar os biscoitos podia ser comprado, alugado por dias, tomado à força, em resumo, era um objeto, um escravo de luxo. Isso porque o mister de fabricar pães, biscoitos e bolachas era um trabalho escravo que passava por gerações de uma mesma família.
A evolução do alimento foi um fator natural e as suas variedades especializadas foram sendo compostas.
O antigo viajante necessitava levar sua bagagem, o seu próprio pão, mas este tinha uma tendência a se deteriorar rapidamente, portanto o produto era cozido mais de uma vez e consideravelmente despojado de sua umidade.
“Biscoito" , foi o termo usado para descrever o pão cozido, duro, que se podia guardar sem estragar. A origem tem duas palavras francesas: "Bis" e "Coctus", significando "cozido duas vezes".
O processo de fabricação era muito simples, tomava-se o pãozinho e se aplicava um duplo cozimento para tirar o excesso de umidade, assim evitava que o estragasse, após o cozimento do pão, deixava-o por um dia, em uma câmara seca, a fim de "secar a água", para conservá-lo.
O Biscoito deveria ser comido "somente após ter sido devidamente imerso em leite de cabra ou na sopa", seu provável tamanho e consistência devida torná-lo duro demais para os já modificados dentes do homem da época.
A forma que o pãozinho seco (biscoito) tomou foi a de um pequeno pastel recheado de carne, que era chamado de "pão do viajante".
A popularidade do "biscoito" aumentou, rapidamente, (em meados do século XVII), quando na Europa começou-se a adicionar chocolate ou chá ao biscoito. Criando o sabor e aroma, desde então para estimular as suas vendas, investiam-se os mais variados tipos de gostos e aromas. O progresso dos negócios dos biscoitos alertou as municipalidades para uma boa fonte de renda em taxas e impostos, sobre os já populares "biscoitos para chá”. Esta súbita oneração determinou, em retorno, uma busca por métodos e modos mais econômicos e de maior rendimento; o início da industrialização.
A Inglaterra mostrou ser um bom mercado produtor e aí se fabricavam vários tipos de biscoitos muito saborosos e procurados; sua exportação foi iniciada para as suas colônias e logo, quase todas as cidades importantes dos Estados Unidos já consumiam o "biscoito para chá e café dos ingleses”. Nos seus primeiros anos de colônia não industrializada, os Estados Unidos não tinham condições de fabricar os biscoitos, mas reconhecendo a importância do mercado, importaram da Inglaterra os equipamentos necessários e deram início a uma florescente indústria de biscoitos. O passo seguinte, em razão da necessidade de fabricarem peças de reposição para as máquinas, foi logicamente à implantação, no norte, das indústrias para a fabricação de equipamentos de biscoitos.
Estava assim determinados os declínios das importações de biscoitos ingleses, e o início de, hoje poderosa, indústria norte-americana de biscoitos.
Daí em diante, a evolução se fez de forma acelerada; até o nome "biscuit", inglês, foi abandonado e os produtos americanos foram rebatizados de "cookies" (nome de origem holandesa).
Isto fez com que se criasse uma separação bem definida entre os tipos de biscoitos; os "cookies" eram os de paladar adocicados e os "saltines", o acentuado sabor salgado.
Os "cookies" eram "levantados" por ação química e os salgados eram "fermentados" por meios biológicos. Hoje se pode contar com mais de 200 tipos de biscoitos, com uma indústria altamente especializada, com formulações perfeitas, com um total controle do seu mercado e dentro de um processo de sofisticação muito desenvolvido.
O que havia começado com um trabalho escravo, ao tempo dos gregos, romanos e dos egípcios, hoje faz parte de um complexo industrial, dos mais importantes dentro do setor de alimentação.
Fontes:
Publicações de diversos jornais:
Correio Braziliense - DF
O Globo - RJ
Folha da Tarde – SP
Sindicato da Indústria de Massas Alimentícias e Biscoitos no Estado de São Paulo – acessado em 13/03/2010
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